quinta-feira, 8 de abril de 2010

Apostando no jornalismo do futuro

Mackenzie comemora dez anos de curso de jornalismo e diversifica grade curricular

Por Amanda Costa

Bruna Kfouri

Gean Oliveira

Leonardo Azzali

Louise Vernier

Vanessa Serafim


O curso de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie completa em 2010 dez anos de existência. Apesar de pouca tradição na área da comunicação, a graduação já é reconhecida pelos seus resultados positivos. E, justamente por causa dessa resposta do mercado, a instituição resolveu no ano passado iniciar uma reformulação da grade curricular, oferecendo uma formação contemporânea e mais aprofundada.

No entanto, de acordo com o professor do curso Alberto Chammas, “os alunos têm que colaborar”, sendo o principal agente a fazer a faculdade. “Não adianta ter uma grade curricular brilhante e um quadro de professores muito bom, se o aluno não estiver disposto”, finaliza Chammas.

A grade antiga era mais prática, técnica, segundo a também professora de jornalismo do Mackenzie, Cicélia Pincer. “A principal mudança é que o curso cobra mais do aluno, mais produtividade, mais atitude”, afirma. E com essas mudanças, o estudante também passa a pensar mais, “como um agente social”, finaliza a professora.

Por meio desta nova grade, o futuro jornalista consegue enxergar sua importância e responsabilidade para a sociedade de uma maneira mais clara, além de saber manusear os acontecimentos diários, que são naturais em seu dia-a-dia.

Apesar da queda do diploma para o jornalista, a procura continua grande, e é justamente por essa maior variedade de assuntos e pelo aumento da exigência que se mantém o interesse dos estudantes, já que o mercado pede um conhecimento diversificado e consciente.

A cruel juventude

Por Leonardo Azzali

Quando algum atentado terrorista acontece, todos se perguntam o motivo para tal fato. As respostas são sempre óbvias. Um conflito religioso, militar, geográfico, econômico; qualquer fator que seja semelhante a esses são lembrados pela sociedade. Em Moscou, na Rússia, aconteceu nessa semana uma série de atentados, sendo os dois primeiros no metrô da cidade.

O mais impressionante é que eles foram provocados por duas mulheres-bomba, sendo uma delas de 17 anos. A foto dessa moça com o marido - ambos segurando armas - foi estampada em todos os veículos de comunicação.

É claro que a idade da garota impressiona, mas existem outros pontos que podem piorar nossa visão da realidade. De acordo com a coluna de Clóvis Rossi, no jornal a “Folha de São Paulo”, intitulada: “Quando a inocência mata”, publicada no domingo (4), somente uma pessoa fanática, convencida por outra do mesmo jeito consegue e tem a coragem de cometer tal ato.

Clóvis se questiona até que ponto um ideal pode guiar uma pessoa e suas ações. Além disso, aponta a falta de esperança. Exatamente esse sentimento tão difícil de explicar é o que não existe em uma pessoa que provoca uma tragédia, que matou mais de 40 pessoas e feriu mais de 80, sendo apenas o início da série de atentados.

A juventude mata. Mata cada vez mais. E o que fazer? Como entender e solucionar o motivo para indivíduos tão jovens se autodestruírem e destruírem tantas outras vidas a troco de nada. Ou melhor, na mente dessas pessoas, elas se matam por um ideal, por uma luta. Uma luta que sempre termina matando quem nem ao menos sabe o que esses grupos almejam. Os desconhecidos apenas assassinam aqueles que estão em seu caminho.

Não dá para crer que apenas os jovens fanáticos como estes são os desumanos da sociedade. Pelo contrário, há tantos outros casos. Abra os jornais e veja as notícias sobre tráfico de drogas, seqüestros, assassinatos, roubos e note que sempre há um adolescente envolvido.

O mesmo rapaz que mata, faz parte do futuro do Brasil. Afinal, os jovens têm essa missão: elevar o país, fazer evoluirmos como nação. Fica complicado, no mínimo, ao ver que boa parte está ou pode se envolver com tudo o que pode desmantelar o futuro tão sonhado pelas gerações anteriores. Qual geração fará algo pelo coletivo? Quem vai sobrar?

Claro que há aqueles com perspectivas e oportunidades, no entanto, quantos estão sendo esquecidos pelas autoridades e por suas famílias e lembrados pelo tráfico? Quantos adolescentes se perdem por não possuírem referência?

Pode-se pensar também que muitas pessoas que têm tudo para se tornarem ruins e marginais, não seguem tal caminho. Mas, vamos concordar que deve ser difícil resistir, porque o ambiente influencia. As amizades interferem, e principalmente, a realidade dentro de casa. Um rapaz que vê seu pai batendo em sua mãe tem mais chances de se tornar o quê?

O jornal é o reflexo do que somos, do ambiente em que vivemos e do desespero daquele que bate no vidro de um carro, que toca a campainha de nossa casa; é aquele que quer ser visto e lembrado por alguém.